quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Newseum - Washington D.C

Depois dessa viagem nos livros, fui ao lugar que eu mais gostei em Washington, chama-se Newseum, museu da notícia. Esse museu, acho que é o único que não é de graça, mas valeu a pena. O motivo de os museus de Washington D.C. serem de graça é porque tem uma fundação que patrocina e como o Newseum é privado, custa quase R$ 40, mas que valeram a pena cada centavo.
Logo na entrada, tem uma exposição de todos os jornais das capitais do EUA, diariamente trocados e é claro que o rostinho da Dilma estava em três deles.
E se não fosse a fotografia?
Dos sete andares, o primeiro já é uma entrada triunfal, uma bela exposição do Pulitzer. Nossa! O fotojornalismo, os fatos em fotos e do Pulitzer. Logicamente que em cada cantinho que andei naquele museu, lembrei-me dos meus melhores amigos que também serão jornalistas. Como eu queria através das minhas palavras explicar a sensação, o valor que dão ao jornalista e a notícia nesse local, mas vou tentar.
No segundo piso é o momento “visitantes, sintam-se jornalistas”, uma área de entretenimento que é possível fazer gravações na frente de estádio de futebol, da Casa Branca e previsão do tempo e depois te ver na TV. No mesmo andar, ainda tem uma lojinha como em qualquer lugar nos EUA.
O terceiro piso é um memorial aos jornalistas que morreram fazendo cobertura de notícias. Não encontrei nenhum brasileiro, mas a maioria deles é do Oriente Médio. No memorial tem um espaço dedicado só para Edward R. Murrow que foi um jornalista americano que ganhou reconhecimento durante a cobertura da Segunda Guerra Mundial. Também foi pioneiro no noticiário da televisão de transmissão e produziu uma série de reportagens que ajudou a levar à condenação do senador Joseph McCarthy que apoiava o Terror Vermelho ou “Caça às Bruxas” como ficou conhecido. Esse foi o momento em que as pessoas que tivessem qualquer relação com o comunismo, eram perseguidas.
Achei interessante que não só a notícia como também os jornalistas foram lembrados nesse museu.
Ainda nesse mesmo andar, tem um estúdio em que são produzidos vídeos e debates como o futuro do Jornalismo. Esses vídeos podem ser acessados na página do Newseum: http://www.newseum.org/index.html
O próximo andar é uma grande homenagem ao Elvis Presley porque em Março desse ano, se estivesse vivo, estaria completando 75 anos.

Parte da antena que ficava no topo do World Trade Center
Mas nesse andar o que mais chama atenção é a galeria sobre 11 de setembro, o inesquecível 11 de setembro que os americanos relembram sempre. Conseguiram colocar parte da torre que ficava no topo do World Trade Center e de uma forma diferente das que já vi até agora, uma galeria com capas de jornais do mundo todo, de todas as línguas que puder imaginar. Terror, guerra, inacreditável, impensável - títulos e fotos de todas as maneiras. Em volta dessa antena, há também as fotos tiradas minutos depois, horas depois, fotos inéditas para mim.
Além de fotos, vídeos com as famílias contando quem elas perderam. Fazia tempo que eu não revia esse assunto, já se passaram 9 anos, mas a dor dessa população ainda pede paz e vingança.
Capas de jornais de vários países sobre 11 de setembro

No quinto andar, a porta que serviu como prova do FBI no caso Watergate, registrando o momento que marca a queda de Richard Nixon no governo na década de 1970.
Ainda no quinto andar, uma viagem a história através de notícias. As pessoas que trabalharam na pesquisa desse arquivo tiveram o minucioso trabalho de arquivar cada página de jornal num vidro para que todos tivessem o acesso sem piorar as condições de tempo do jornal, além de que os visitantes podem acessar a todo conteúdo on-line.
É um momento nostálgico do museu, aqueles casos que aconteceram no mundo que eu não me lembrava direito estão guardados não a sete chaves, mas com o todo o cuidado. Casos de grande repercussão na mídia nos EUA e no mundo.
Cobertura do Katrina ocorrido em 2005
Agora o último e sexto andar, o Covering Katrina é emocionante. Lembro de quando aconteceu o Katrina, as imagens que via na TV, mas o sexto andar me deixou arrepiada quando eu vi a jornalista gravando ao vivo e não contendo as lágrimas diante de toda a situação, gritaria e desespero. A gente vê tanto noticiar as enchentes no Brasil e às vezes parece tão distante porque nunca estive nela, mas nesse sexto andar eu pude sentir um pouco dessa sensação. Os restos de objetos sujos de terra, bonecas que ficaram, mas suas donas foram, a máquina que vende jornal detonada, a bandeira dos EUA que sempre está hasteada nas portas das casas, cheia de terra, lágrimas e dor. Pelo menos 200 pessoas mortas e uma Nova Orleans devastada.
O Katrina é lembrado até hoje nos noticiários e pesquisas sobre o impacto que ele causou nas pessoas e nas crianças.
Acho que esses museus tem a missão de nos lembrar as experiências boas e ruins e tentar mudar algo em nós. Pois se lembrarmos do problema em Angra dos Reis, ou do problema de enchente no Nordeste durante a Copa do Mundo e de outros que são esquecidos durante as eleições, as pessoas seriam melhores, lembrariam das experiências para fazer algo melhor. É preciso resgatar a história e deixar de lado a idéia de que museu é chato e só tem coisas velhas.


Entrada do Newseum

Podemos levar uma lição para as nossas vidas, entender para o que serve o passado, seja ele bom ou ruim. Nunca vou esquecer a frase de um ex-presidente que está lá gravada, é mais ou menos assim: Encontrar notícias pode ser muito difícil, contá-las é perigoso e é um preciso um jornalista que saiba fazer isso. O jornalista está escrevendo o rascunho de uma história. Antes de um fato se tornar história, ele foi notícia.
Vista do sexto andar
Aqui eu pude perceber que o jornalista tem outro valor, a notícia é importante e que a credibilidade é difícil de conquistá-la, mas, quando essa proeza é conseguida, com certeza o jornalista tem mais respeito.







Faixada do Newseum

Assim eu fecho minha visita a Washington D.C com chave de ouro. Com certeza, o lugar mais agradável que fui até agora nos EUA.
Em frente ao Newseum, tem um museu que é do Impressionismo ao Modernismo com famosas obras de Picasso, Monet e Renoir, mas sobre elas vou contar na próxima oportunidade. New York! Heheh

PS: Infelizmente a bateria da minha câmera acabou e usei algumas fotos extraídas de sites:

http://www.usatoday.com
arkitectrue.com
tripadvisor.com.br
computersavvyseniors.blogspot.com
flickr.com





Third day – farewell with a flourish


In the morning, Election Day in Brazil, I was excited to see if some newspaper reported on the election. Yes, Washington Post noticed. On the first page, it was Dilma happy. I think that report is superficial because they reported about Dilma only. They didn´t tell about the other candidate. But most interesting is that they commented that Brazil will receive the World Cup and Olympics and Brazil will be giant. So, I am an optimist, but I think if Brazil wants to be a developed country, we have a long way to go.
Continuing our travel, I remembered that I read a text about the Library of Congress and I would like to visit, but I didn’t know the address.
But, coincidentally, the metro stopped close by the Library. When I saw the building, I thought “What is this?” and I went to the front of the building and I read “Library of Congress”, the biggest library of the world!
First, all museums in Washington offer guided tours and are free. Second, these guided tours are like a history or art class. Third, they are unforgettable.
The Library of Congress is the biggest library of the world and it is the oldest cultural institution of the USA, inaugurated in 1800.
The Library of Congress has more than 144 millions items, available in 470 languages, 61 million manuscripts, the biggest collection of rare books in North America, including a draft of the Declaration of Independence, the Gutenberg Bible (one of the four perfect ones that exist), newspaper from the last 3 centuries, 500.000 micro movies, 4,8 million maps and 13.7 million images, including art pieces. Wow!!!
The famous Gutenberg Bible is on exhibition and the guide spent a lot of time explaining its importance. It is the first printed with a press with movable type. Gutenberg spent five years producing it.
The complete copy of this Bible has 1282 pages.
Besides, the rare Gutenberg Bible, the collection includes the famous Red Book of Carl G. Jung, known as Liber Novus, which is the manuscript of 205 pages written by the Swiss psychiatrist Carl Gustav Jung, between 1914 and 1930 period. It was not published or presented to the public until 2009 because heirs of Jung did not allow access because misunderstanding in 1913 with Sigmund Freud who Jung worked for 5 years.
I am astonished with the quantity of rare items this collection saves, including the first maps produced of big travels, when people didn’t know America yet and Europe was the center of the Universe.
I will come back to finish my third day in Washington D.C

domingo, 24 de outubro de 2010

Washington D.C. – despedida com chave de ouro




Logo de manhã, dia de eleições no Brasil, estava ansiosa para ver se os jornais noticiaram alguma coisa sobre as eleições. Sim, noticiaram. Na primeira página estava a dona Dilma toda sorridente. Eu achei a reportagem um pouco superficial, só falou sobre a Dilma porque ela é favorita e sobre a qual partido ela pertence e os entrevistados são pessoas que votam na nela. Faltou falar um pouco mais do Serra. Mas o interessante é que comentam que o Brasil vai sediar a Copa e as Olimpíadas e que é o nosso Brasil é um futuro gigante. Sou otimista, mas para o Brasil chegar lá ainda falta um bom tanto e precisamos pensar agora uma forma de otimizar esse caminho.
Continuando o passeio, lembrei-me que eu já havia lido um texto, aqui nos EUA mesmo, sobre a Biblioteca do Congresso e pensei em visitá-la, mas não fazia ideia do lugar. O mais engraçado é que o trem parou numa rua paralela e quando eu vi aquele edifício, pensei “O que será isso” e estava lá, Library of Congress, a maior biblioteca do mundo!
Primeiro que todos os museus em Washington oferecem visitas guiadas e de graça, segundo, essas visitas guiadas funcionam como uma aula de história e arte e, terceiro, são sempre lugares marcantes.
A Biblioteca do Congresso (Library of Congress) é a maior biblioteca do mundo, é a biblioteca de pesquisa do Congresso dos Estados Unidos e a instituição cultural mais antiga dos EUA, inaugurada em 1800.


Hall principal
 A Biblioteca do Congresso possui mais de 144 milhões de itens, incluindo materiais disponíveis em 470 idiomas. No acervo está incluído mais de 32 milhões de livros catalogados e outros materiais impressos em 470 línguas, mais de 61 milhões de manuscritos, a maior coleção de livros raros na América do Norte, incluindo o rascunho da Declaração da Independência, uma Bíblia de Gutenberg (um dos quatro únicos exemplares existentes), jornais abrangendo os três últimos séculos; 33.000 volumes de jornal vinculado; 500 mil bobinas de microfilmes; mais de 6.000 quadrinhos, 4,8 milhões de mapas, partituras, 2,7 milhões gravações de som, mais de 13,7 milhões de impressões e imagens fotográficas, incluindo peças de arte popular e desenhos arquitetônicos, o Stradivarius Betts, e os Stradivarius Cassavetti. Ufa!!!

Sala de leitura
A famosa Bíblia de Gutenberg está exposta num vidro e o guia investe um bom tempo explicando a importância dela, pois é um incunábulo (livro impresso nos primeiros tempos da imprensa com tipos móveis) impresso da tradução em latim da Bíblia, por Johann Gutenberg, em Mainz, também conhecida em português como Mogúncia. Calcula-se que ele tenha gasto cinco anos para produzir o feito.
Uma cópia completa desta Bíblia possui 1282 páginas, com texto em duas colunas; a maioria era encadernada em dois volumes.
Acredita-se que 180 cópias foram produzidas, 45 em pergaminho e 135 em papel. Elas foram impressas, rubricadas e iluminadas à mão em um período de três anos. Quem estudou um pouco da História do Jornalismo vai se lembrar de Gutenberg.
Além da rara Bíblia de Gutenberg, o acervo conta com o famoso Red book of Carl G. Jung - O Livro Vermelho, também conhecido como Liber Novus (latim para o novo livro), que é um manuscrito de 205 páginas, escrito e ilustrado pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, aproximadamente entre 1914 e 1930, que não foi publicado ou apresentado ao público até 2009 porque os herdeiros de Carl proibiram seu acesso por conta de um desentendimento com Sigmund Freud em 1913, com quem Carl trabalhou por 5 anos.


Red Book of Carl G. Jung: mais uma raridade do acervo



Fiquei impressionada com a quantidade de raridades que esse acervo possui e com a preocupação em preservar tudo isso assim como os primeiros mapas produzidos nas grandes navegações, quando ainda não era possível mensurar a América Latina quando só a Europa era o centro do Universo.
Em breve eu volto para terminar de contar meu último dia em Washington D.C.

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